Uma História Sobre Ética

Vou contar uma história sobre ética.

Certa vez, um Diretor Executivo de uma grande empresa, dias antes de uma viagem de férias, me entregou seu Notebook pessoal alegando que a fonte estava com problemas. Identifiquei que o problema não estava na fonte e sugeri levar o Note para uma loja próxima para conserto.

“É uma autorizada?”, perguntou o Diretor. Não, não era, mas achei que valeria a pena porque a loja era muito próxima da empresa e poderia monitorar com mais facilidade.

Levei então a máquina para a loja e o Diretor foi viajar. Combinamos de nos comunicar por email e aguardamos o orçamento. Passados alguns dias, o orçamento estava demorando muito e resolvi pegar a máquina e levá-la para outra loja, agora sim uma autorizada, tudo combinado com o Diretor.

Ao receber o orçamento da segunda loja veio a surpresa: defeito na placa principal e ausência das memórias! “Hein? Sem as memórias?”, isso mesmo, as memórias haviam sido levadas na primeira loja.

O que você faria nesse caso? O que eu fiz, conto depois…

O Mudinho da Provarejo

Falando em Provarejo, lá tive o prazer de conhecer o Mudinho. Mudinho era um faxineiro muito gente boa e de um astral de dar exemplo, sempre alegre e com um sorriso no rosto. E falava! Sim, o Mudinho falava e conseguia te entender o que você dizia. Seus gestos característicos eram, com mímica, “dizer” que ele era quem ralava, enquanto os “chefes” ficavam de boa vida! Saudades da turma da Provarejo e do Mudinho.

O Sequestro

Esse caso aconteceu na Provarejo, agência de publicidade do Grupo Mesbla. Um diretor com fama de pão-duro tinha o hábito de reunir semanalmente sua equipe para uma avaliação de problemas e pendências. Numa dessas reuniões, um dos funcionários pediu a palavra e se dirigiu ao diretor – Senhor, hoje eu tive dois pesadelos. – Conte para nós como foi! – sugeriu o diretor. – Sonhei que tinha sido sequestrado. – prosseguiu o funcionário. – E o outro, como foi? – perguntou o diretor. – O senhor era quem negociava o resgate! – encerrou o funcionário.

Na Busca do Polvilho

O prédio da Young&Rubicam ficava na Praia do Flamengo, esquina com a Rua Dois de Dezembro. Em frente ao prédio, diariamente “batia ponto” um vendedor de biscoitos Globo que salvava a fome da galera em várias tardes. Numa dessas tardes, o Diretor Financeiro da agência, chamou um dos Boys e fez um pedido – Rapaz, compre pra mim, por favor, um polvilho lá embaixo? – e lá se foi o contínuo cumprir a missão. Passadas duas horas, o menino ainda não tinha retornado, o que era de se estranhar considerando que o vendedor ficava na calçada em frente ao prédio. Três horas depois, o menino retornou de mãos vazias e foi até a mesa do Diretor. – O que aconteceu rapaz? – perguntou o chefe. – Senhor, me desculpe, mas procurei por umas dez farmácias e nenhuma tinha o talco que o senhor pediu!

Caiu do teto!

Ainda na Fábrica Bangu, certa vez estavam fazendo uma obra no mesmo prédio do CPD, porém, numa sala oposta, separada por uma parede e num andar acima. Como acontece em todas as obras, é comum os operários tirarem aquela soneca na hora do almoço. Lá não foi diferente. Na hora “sagrada”, dois operários relaxavam num andar acima do nível e ao lado do teto do CPD que era de gesso. Embalado pelo sono, um dos operários que era forte e com cerca de dois metros de altura, rolou até o nível acima do teto e o resultado não foi outro, o coitado despencou lá de cima, rompendo o teto e caindo dentro da sala das digitadoras (sim, tínhamos uma sala de digitadoras). A sorte é que caiu numa cadeira cuja a ocupante havia levantado para ir ao banheiro. Durou um bom tempo para todos entenderem como um corpo havia brotado do teto!

O que pisca numa sexta-feira?

O CPD da Fábrica de Tecidos Bangu era divido por aquelas tradicionais baias com vidros, ambientes que chamados de “Aquários”. Em umas das salas, ficava a secretária que atendia toda a Diretoria de Informática na época. Certo dia, numa sexta-feira, a secretária foi trabalhar, digamos, mais elegante. Quando entrávamos no CPD, obrigatoriamente tínhamos que passar em frente a sala da secretária onde, além da sua mesa, tinha uma outra mesa atrás com um telefone. Nesse dia, ao retornar do almoço, além da secretária, estava na sala o estagiário da equipe que falava ao telefone com um usuário de outro setor tentando resolver um problema técnico. Era algo referente ao HD do computador que nessa época era comum ter um led que piscava indicando que o mesmo estava funcionando ou não. Ao passar pela sala, me dirigi à secretária brincando – Está elegante hoje! É porque é sexta-feira? – Obrigada, vou sair com uns amigos mais tarde. – respondeu. Atrás dela, o estagiário completamente alheio ao assunto, falava ao telefone – Tá piscando? Tá piscando? – Tomou um tapa na cabeça que só mais tarde foi entender a causa.